sábado, 16 de julho de 2011

No final do arco-íris [2]

[...]em colégio, foi lá que conheci Eduarda.
No início, não nos falamos, mas assim que nossos olhares sorriram uma para a outra foi amizade à primeira vista. A Duda deu seu belo sorriso e seus olhos verdes brilharam. Eu era tímida, na época, baixei a cabeça depois de retribuir o sorriso. Durante duas semanas era apenas isso que fazíamos. Sorrisos e cumprimentos discretos.
Eu, apesar de já estar estudando lá há mais tempo que a Duda, não tinha me envolvido com toda aquela bagunça, pois minhas irmãs eram bem vistas no lugar e eu fazia o tipo “certinha” que todo professor elogia e o resto da turma odeia. Estava no ensino fundamental, sétimo ano, não podia decepcionar minha mãe que sempre estava no colégio para se certificar que eu e minhas irmãs estávamos indo bem nos estudos.
Minha família levou o maior susto quando passei a me comportar como eu queria, em vez de ser a “bonequinha do papai” e a “princesinha da mamãe”. Até minhas irmãs tinham inveja de mim! Achavam que eles me mimavam e não tinha espaço suficiente para elas em suas vidas. Apesar de achar isso também, toda situação mudou quando Eduarda apareceu em minha vida. Eu era a “filhinha do papai” mais sem graça do mundo, mas decidi que não seria mais uma pessoa que se deixa levar pelas imposições dos pais. Pelo menos, foi o que na época eu afirmei.
Minha mãe passou a odiar a Duda, meu pai perdia contato comigo a cada dia que passava, então, acabava sabendo tudo por alto pelas histórias da minha mãe. Rebeca acabou gostando da minha fase de libertação e acabou entrando na mesma esfera de rebeldia que eu, enquanto Samanta bancava a super-responsável mandona - bajuladora do meu pai, devo dizer.
Ainda estávamos na cozinha.

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