Minha juventude. Eu passei pela clínica
psiquiátrica, não morei. Quando saí de lá, assinei contrato com uma editora
que, inacreditavelmente, lia minhas histórias e gostava. Morava num apartamento
de um quarto, sala, cozinha e banheiro, uns diriam: quitinete. Morava sozinha.
Não tinha amigos, apenas conhecidos. Não saía de casa com frequência, mas ainda
tinha que fazer terapia e usava medicamentos para dormir.
“Não
sou doente”, repetia pra mim todos os dias na esperança de que aquilo
se tornasse uma de minhas verdades inventadas. Conheci algumas pessoas,
reencontrei outras, beijei homens, beijei mulheres, fiz sexo, namorei, bebi,
parei com a terapia, parei com os remédios e comecei a viver por minha conta.
No final, minha mentira se tornou uma verdade como planejado. Sou formada em
jornalismo, umas das profissões da infância, exerço a profissão escrevendo. Apenas escrevo.
Para
criar histórias, observo as pessoas. Seu jeito de caminhar, de falar, de
gesticular, de olhar. Observo o mundo. Observo a natureza. Observo minha
família. Observo os amigos que conquistei (poucos, aliás). Observo os animais.
Observo tudo. Enxergo a vida através da janela do meu quarto.
Minha
juventude fez-me aprender a viver. Aprendi a sentir muito mais do que a dor da
prisão ilusória da mente.
Sua história tá me deixando curisosa...
ResponderExcluirQuero lê o resto... E tem mais...
Vou imprimir e encadernar mais essa!
Depois vou queere autografo em todas que eu tiver... ;) Antes que fique famosa e não tenha mais tempo de autografar!!!!
kkkkkkkkkkkkk...
ResponderExcluirEii menenina, antes vou consertar umas coisas que me pediram. Dar substância ao que já escrevi. Dps que estiver ótiimo, eu mando tudo pra vc e imprime.