quinta-feira, 6 de outubro de 2011

O Vale

Andei o mais que pude para longe da lama que cobria almas desencarnadas, porém, não tive sorte. A morte amiga já havia debruçado-se sobre mim. Não chorei nem gritei, apenas andei para longe sem notar que estava no mesmo lugar.
Se antes o que me incomodava era o meu sofrimento, agora, os lamentos sôfregos não me deixavam ter paz. "Paz", então é isso que se sente depois de partir? Não!, é aí que eu grito.
Não!, reafirmo numa voz estridente. Não é desespero, é desesperador estar aqui e ouvir aqueles lamentos...
Arrancaram-me a vontade de viver, no entanto, eu deixei que a vida escorresse pelos pulsos que não mais pulsam.

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