Minha adolescência. Eu já não vivia. Seguia. Seguia
os passos das outras pessoas porque não sabia o que era a vida realmente, não
sabia como vivê-la. Não me ensinaram a ouvir, olhar, falar... acho que nem a
sentir. Não sentia nada além da dor de estar encarcerada dentro de mim.
Quem
pode nos ouvir quando não falamos? Quem pode nos enxergar quando não enxergamos
a nós mesmos? Quem pode falar conosco quando todos tinham que seguir suas vidas
para alcançar o topo de suas histórias? Eu não existia realmente (nem sei se
hoje existo). Robotizei-me como qualquer um faz quando repete as ações muitas
vezes. Eu repeti a mesma mentira pra
mim e ela se tornou minha verdade. “Você não existe. Faz parte da sua
imaginação como todas aquelas histórias da infância”.
Aprendi
a escrever.
Fui obrigada. Frequentei uma clínica psiquiátrica e lá me disseram que alguma
coisa eu deveria fazer para me expressar. O
quê? Passei a ler, ler e engolir palavras, frases, histórias, vidas,
personagens... Passei a ler e escrever. Transcrever, primeiro, aquilo que lia e
depois de muito tempo eu criava personagens e aquelas palavras engolidas foram
regurgitadas e formavam histórias, minhas histórias. Minha adolescência fez-me voltar
a imaginar e eu comecei a minha história.
Bom, aqui estou eu... Como sempre sendo chata e dando minha real opinião. =p Acho que mais ou menos faço parte de sua vida; então tenho vantagem sobre comentar “a imaginária vida de Anne" ou não... Porque talvez acabe por me confundir. Te confesso que sempre que leio fico meio confusa sobre o que comentar... Mas, aqui vou eu...
ResponderExcluirBom, sua imaginária vida não é tão imaginária assim, né?! Vejo resíduos de sua vida não imaginária, misturada com a imaginária e me perturbo: Como assim? Será que essa “imaginária” vida é como ela realmente se sente? Ou são só histórias...
Histórias que ela simplesmente adicionou a sua real história e que não compartilha realmente esses sentimentos e vontades...
Mas, não sei por que sempre acredito que é assim mesmo que se sente... E não gostaria que isso fosse verdade. Isso é?
Você é alguém muito especial!!! Você costuma falar que as pessoas não lhe entendem, que só a Suelen lhe entende. O que eu acho bonito... Mas, como você mesma falou em seu texto: “Quem pode nos ouvir quando não falamos?”
As vezes não estamos prontos pra realmente “soltar o verbo” e falar a verdade e é por isso que fico sempre buscando sinais e quem sabe finalmente ouvir palavras...
"(nem sei se hoje existo)" Existe e é amada! Boa tarde! Sou tua amiga ou quero ser!
P.S. Espero não ter escrevido demais. =/
Ju... Sempre comentando néé?! rs
ResponderExcluir"A imaginária vida de Anne" é apenas uma história pode ter certeza disso, mas, como dizem por aí, todo autor tende a ser autobiográfico. Anne é mais uma de tantas personagens imaginárias. Pra saber sobre a Anne em minha vida, a escritora, é só pensar num heterônimo. Ela é um!
"A imaginária vida de Anne" é mais uma história cheia de armadilhas psicológicas. :*